segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Em Conversa: Debbie Harry e Santogold

New York Magazine 28/09/08
Estrelas do rock presentes na invenção,influência, e meia-vida do punk em Nova York.

*Como era uma entrevista muito grande a maioria das perguntas feitas a Santogold eu não coloquei, fui direto ao que interessa :)



Debbie Harry ainda é uma jovem punk: Vestida em um vestido floral solto e tênis Converse, ela 'faz beicinho' um pequeno tempo no qual espera Santogold vestir uma jaqueta de couro roxa elaborada e calça verde-lima,em seguida, depois de tirar a sua foto,cuidadosamente empacota as suas roupas em uma sacola.Mas a ícone do rock clássico e a cantora de hip hop tem mais em comum do que dizem os olhos: ambas se tornaram famosas aproximadamente aos 30 anos, e ambas, eles descobriram,são ambivalentes sobre o modo que a cenário musical de New York mudou durante os anos.

New York: Blondie é amado por clássicos pop singles, mas em meados dos anos setenta a banda sentiu uma reviravolta, certo?

Debbie Harry: Sim, antes de nosso tempo, a tendência era para bandas maiores, como Lynyrd Skynyrd e The Eagles, e você não ouvia um monte de música pop com garotas cantando.Era um mundo masculino, lá estavam os garotos tocando suas guitarras.Então, nós éramos realmente contracultura. E urbanos. Fomos incorporando novas tecnologias, sons, etnias apenas tocando tudo junto.

Santogold: Foi a música a partir de finais dos anos setenta e início dos anos oitenta que moveu-me a fazer música em primeiro lugar.O punk tirou toda aquela coisa grande e teatral das bandas de rock de bandas como Led Zeppelin e The Doors.Era energia pura. E isso é o que eu relaciono á bandas como os Ramones que podem tocar qualquer coisa.Eu posso tocar qualquer coisa!

DH:Você sabe, isso tudo é arte, uma construção gradual e se estendendo em camadas de influências e gostos.

NY: New York se estimou para além de um cenário musical?

S: Eu sou de Philly, mas eu morei no Brooklyn durante aproximadamente oito anos. É engraçado: Não era até que eu me mudei pra cá e me encontrei com velhos amigos de Philly. Porque todo o mundo vem para Nova Iorque. É onde tudo acontece.

DH: Esse é o motivo porque todo mundo sempre vem para Nova Iorque. É um centro de comunicação.

S:Totalmente. Mas você não pode viver aqui e ser apenas um artista a menos que você viva sem dinheiro.Eu me mudei de volta para Philly por um tempo, e voltava para NY 3 vezes por semana, eu não queria ser essa pessoa sem dinheiro.Muitos artistas fazem isso atualmente, começam fora daqui, depois se mudam para Williamsburg, mas depois se mudam novamente, pois se mantes lá é muito caro.De fato, a maioria das pessoas do cenário atual não moram aqui realmente.Não há um cenário como havia antigamente hoje.

DH:Eu não acho que a condição econômica permita.

S: E a cidade não valoriza isto. Eu quero dizer, olhar o que eles fizeram ao CBGB!

DH: Todo o East Side looks parece com uma prisão para mim.

NY: Ainda há um distintivo no som de NY?

DH: A coisa triste sobre Nova Iorque agora, para mim, é que tudo está em toda parte, e tudo está se tornando muito igual.Todas as principais cidades no mundo Ocidental se tornaram homogeneizadas. Voltando aos anos setenta, aa cidades eram caóticas e pobres. Minhas roupas vieram do lixo, fazia compras na rua. Ninguém tinha dinheiro para pagar os seus próprios equipamentos. Você pediria emprestado uma guitarra e um amplificador, e se você fudesse eles...

NY: Então,isso tornava mais fácil criar uma identidade única?

DH: Eu não quero ver todo o mundo vestido o mesmo. Eu quero ver alguém com um pouco de cor, que faz uma declaração sobre quem que eles são, alguém que esteja preparado para ser zombado.Quando eu costumava ir ao Uptown, antes do punk ser algo aceitável e na moda, era uma dura viagem, as pessoas me encaravam e faziam comentários desagradáveis.

S: Não é necessariamente agradável.

DH: Eles são os que estão vestindo as coisas agora, cara. É tudo que posso dizer.

NY: Havia também um movimento das drogas por trás das músicas, certo?

DH: No começo, ninguém tinha nenhum dinheiro para drogas. Eles vieram mais tarde, final dos anos setenta. Sempre pensei que era algo político, porque, de repente, houve essa avalanche de drogas inacreditavelmente baratas, fortes drogas. Parecia o tipo de coisa para manter todo mundo quieto.

NY: O que é punk de verdade atualmente?

S: Eu diria Lil’ Wayne.

DH:Há uma diferença entre alguém que realmente está pensando em música e está vivendo isto e alguém que é basicamente só uma banda cover.Ontem a noite eu vi uma banda chamada Creature at the Mercury Lounge, eles são fantásticos.

NY: Então você ainda sai para escutar bandas atuais?

DH: Eu tento, sim. Eu quero dizer, não é fácil, mas eu tento arrastar minha velha bunda.

NY: Qual é a sua banda favorita no momento?

S: Eu gosto muito do Vampire Weekend recorde.

DH: Estive a ouvir um monte de canções de Mgmt.

NY: Você acha que os 'hipsters' evoluiram dos punks?

DH: Hipsters?

S: É o que todos os jovens rapazes chamadas agora.

DH: Sério? Só quero dizer grunge.

S: Hipsters, honestamente, não há nada ali! Todo mundo veste as mesmas coisas. A minha música "L.E.S. Artistes "é sobre 'fakers', pessoas que se auto-proclamaram artistas, mas realmente basta ir no Lower East Side e Williamsburg para ver quem é artista de verdade...

DH: O ponto de ser punk era para ser um idiota, e não para ser colocado para baixo por isto.

S: Você quer dizer se envergonhando por não ser bom?

DH: Não sendo o melhor. Sendo um bobo. Tomando uma decisão ruim e dizendo, “Oh, Deus, por que eu fiz isso?” E dizendo então, “Certo, mas eu poderia fazer isto, e eu poderia alguma coisa disso.” Isso é quando você realmente absorve isto, e se torna uma assinante, e as audiências querem isto. Eu não posso imaginar o que eles teriam feito com Nina Simone hoje.

S: Sim, isso é o que o desenvolvimento do artista quer dizer: faça qualidade, artistas vitalícios. E nós não temos muito mais desses.

DH: Bem, também é por causa das gravadoras, uma vez, na verdade estavam dentro do desenvolvimento do artista. Isso realmente não existe mais.

...

DH: Sim, eu não sei o que você chama a maior parte dos grupos nestes dias. É só Showbiz. E que não tem nada a ver com...

S: Arte

DH: Eu quero dizer, onde está o suicídio quando nós precisamos dele?

Tradução: Maily

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